sábado, 7 de maio de 2011

Não seremos todos, um pouco, responsáveis? - Estudo sobre comportamentos de risco entre os jovens em idade escolar - Parte III


Mas há várias boas notícias no estudo, sublinha Margarida Gaspar de Matos. Uma nota positiva é que se vem assistindo a um aumento crescente da escolaridade dos pais (que se situa no 2.º e 3.º ciclos) e outra é que "todos os miúdos têm computador e metade tem acesso à Internet em casa", o que coloca Portugal a par dos países europeus mais avançados nesta área.
O reverso da medalha deste último aspecto é o aumento do tempo passado em frente ao ecrã - quer do computador, quer da televisão - e o consequente sedentarismo e aumento de peso por falta de actividade física. Fazendo eco de muitos outros estudos que têm feito soar o alarme da obesidade infantil, os dados agora recolhidos confirmam a tendência: 18,8 por cento sofrem de excesso de peso ou obesidade. O consumo de tabaco e álcool continua a descer, mas o consumo de haxixe apresenta uma tendência de aumento, o que faz a coordenadora temer pelo "desinvestimento nas políticas de prevenção desta área". E há dois dados que persistem nos vários estudos e em que Portugal tem dos piores indicadores da Europa:
os jovens nacionais são dos que mais dizem sofrer de stress relacionado com os trabalhos de casa e são dos alunos que acham que os professores menos os acham capazes.



Muitos assistem a lutas no recreio e não fazem nada

Mais de metade dos adolescentes portugueses (59,4 por cento) referiram ter assistido a situações de provocação na escola, das quais cerca de metade ocorreu no recreio. Dos que dizem ter presenciado, cerca de dois terços referem não ter feito nada e terem-se afastado, 54,8 por cento não fizeram nada e ficaram a
ver e houve mesmo 10,7 por cento que incentivaram o provocador. Para a coordenadora do estudo, esta "é uma forma de violência pela passividade, os que assistem e não fazem nada ou até incentivam". "São - resume - os espectadores". Também a Internet pode ocasionar novas formas de violência (ciberbullying), mas a grande maioria (84,1 por cento) não se envolveu neste tipo de provocações. Nos que o fizeram, o
Messenger foi o meio mais usado, seguido das mensagens de telemóvel. Entre os que se viram envolvidos nestas situações, a grande maioria conseguiu ultrapassar o problema.

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