Maus-tratos a crianças entram já nas famílias estruturadas
Os maus-tratos físicos a crianças estão a aumentar drasticamente e afetam já famílias em que nunca se registou violência. Pais no limite do sofrimento provocado pela crise "acabam a fazer o impensável".
Deolinda Barata, dirigente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, quebrou o silêncio e foi diretamente à ferida: os maus tratos aumentam e atingem famílias onde nunca tal tinha acontecido. "Os pais vivem num sofrimento, numa angústia e numa ambivalência enormes. Querem dar o básico, como comida e vestuário, mas não têm como. Acabam desesperados, impacientes e a fazer o impensável", retrata. Aquela dirigente garante que são cada vez mais os casos de famílias de classe média nesta situação e não tem pejo em afirmar que "os cortes que se estão a fazer afetam áreas que deveriam ser intocáveis". Deolinda Barata diz, ainda, que vê regressar ao país "uma realidade hedionda e muito preocupante", que já não se via há 30 anos.
Fonte: JN
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